quarta-feira, 7 de maio de 2014

unificação italiana

unificação da Itália

No que se refere à política, a Itália estivera sempre dividida desde a decadência do Império romano. Naquela época, havia muita rivalidade entre as cidades-estados que formavam o país, além dos reinos menores. Fora isso, a nação sofria constantes invasões, ficando à mercê da Igreja Católica e do Sacro  Império Romano-Germânico.

Quando Napoleão Bonaparte, líder político e militar francês, expandiu seu exército pela região da Península Itálica, os ideais de cunho liberal propagados na Revolução Francesa se disseminaram naquela área. Após vários levantes liberais, no ano de 1832, houve a fundação da Jovem Itália, grupo organizado de caráter nacionalista e republicano, que iniciou algumas rebeliões. Porém, a Áustria, que comandava grande parcela da região norte da Itália, reprimiu estas manifestações. O líder e fundador do grupo Jovem Itália, foi Giuseppe Mazzini, genovês.
Entretanto, entre os anos de 1850 e 1860, surge um cenário político ideal para o avanço a unificação italiana. Naquele período, após a difusão de ideais nacionalistas pelo Risorgimento  e pelas publicações coordenadas por Cesare Balbo, o Reino de Piemonte-Sardenha inicia um série de reformas realizadas por Cavour, 1º Ministro da Casa de Savoia, que consegue a simpatia dos britânicos. Em 1859, ele consegue firmar um acerto com Napoleão III, declarando guerra à Áustria, que estava abatida após a Guerra da Crimeia.
Desta forma, auxiliados pelos franceses, os italianos realizaram um movimento de expansão de Piemonte direcionado às seguintes localizações: Módena, Toscana, Parma, Lombardia e Romanha, regiões que se uniram à Piemonte. Na região sul, entre os anos de 1860 e 1861, houve a libertação da Sicília e de Nápoles, regiões dominadas pelos Burbons. O principal nome destas ações na região sul foi Giussepe Garibaldi.
Giussepe Garibaldi
 Em outro acordo com Napoleão, Cavour conseguiu ocupar a Úmbria e as Marcas. Posteriormente, ainda houve a anexação da Sardenha, ampliando o processo de unificação.
Entretanto, dois territórios ainda encontravam-se separados politicamente da Itália: Venécia e Roma, que pertenciam, respectivamente, à Áustria e aos Estados Pontifícios. Desta forma, a Itália alia-se à Prússia na guerra Austro-Prussiana, conquistando a Venécia em 1866. Já em 1870, ano em que ocorreu a guerra Franco-Prussiana, o exército francês teve que mover seus homens que protegiam Roma, deixando a região militarmente desguarnecida. Com isso, a área sofre uma invasão italiana. Após cerca de 30 anos de embates, negociações diplomáticas e acordos políticos, a Itália finalmente estava unificada. O caso do Estado do Vaticano foi resolvido com o Tratado de Latrão, em 1929, reconhecendo a soberania da Santa Sé.

unificação alemã

Um dos maiores conquistadores de toda a Europa, o imperador francês Napoleão Bonaparte  foi responsável por uma grande divisão do continente em prol de seus interesses. Quando foi derrotado em 1815, as monarquias europeias decidiram reunir o território Sacro Romano-Germânico, com o nome de Confederação Germânica.
De mais de 30 estados, reinos e ducados, as nações mais potentes eram a Prússia, dominada pela dinastia dos Hohenzollern, e a Áustria, governada pelos Habsburgos. Porém, os dois países organizavam suas economias de forma diferente.


A Áustria se destacava por ser um Estado fortemente agrícola, enquanto a Prússia investia nos estados confederados para desenvolver sua economia.
Na década de 1830, a elite prussiana criou uma política de livre circulação de mercadorias na região, que excluía diretamente as negociações com a Áustria. Conhecido como Zollverein, o acordo causou um impacto negativo na economia austríaca ao abolir as taxas alfandegárias das monarquias envolvidas.
Apesar de estar em minoria, o feudalismo da Áustria não queria ceder ao processo de unificação dos estados. A Prússia pretendia excluir os austríacos de qualquer maneira, principalmente pelas diferenças ideológicas. E a burguesia industrial prussiana apoiava a união dos Estados, para impulsionar de vez o capitalismo e obter mais lucros.
Ao ser nomeado como primeiro-ministro pelo rei Guilherme I, o prussiano Otto Von Bismarck aliou-se à burguesia industrial e os grandes proprietários rurais, além de investir em estratégias militares para enfrentar os confrontos que estariam por vir.
Em 1864, Bismarck declarou guerra contra a Dinamarca e recuperou os territórios de Schleswig e Holstein, perdidos com a assinatura do congresso de Viena.
Pouco tempo depois, houve um conflito direto entre a Áustria e a Prússia por divergências administrativas do ducado. Sem forte apoio internacional, os austríacos acabaram derrotados, principalmente com a intervenção da Itália a favor dos prussianos. Com a vitória, os italianos tomaram de volta a cidade de Veneza, que estava em poder da Áustria. Mais uma vez a Prússia saiu em vantagem e anexou mais territórios.
A queda de Napoleão deixou as relações bilaterais entre França e Prússia abaladas. Com o rápido  os franceses acabaram declarando guerra após sentirem-se ameaçados com uma oferta do trono espanhol para a dinastia Hohenzollern. Bismarck já vinha preparando seu exército para este confronto e venceu facilmente os franceses.
Depois de obter a vitória na Guerras Franco-Prussianas, Guilherme I e Bismarck conseguiram completar o processo de Unificação da Alemanha em 1871. Guilherme foi coroado como kaiser (imperador) e líder máximo do II Reich Alemão.
Bismarck
Com todos os estados fortemente consolidados, a Alemanha passou por uma grande ascensão econômica e rapidamente se tornaria a maior potência europeia daquele período.

a primavera dos povos.



Primavera dos Povos é o nome que se dá a uma série de movimentos revolucionários de cunho liberal que ocorreram por toda a Europa durante o ano de 1848. Com a Revolução Francesa  de 1789, os ideais libertários espalharam-se por toda a Europa, assustando as monarquias absolutistas europeias. Nesse cenário é que se institui o Congresso de Viena, em 1815, que buscava uma restauração da antiga ordem vigente (pré-1789). Monarquias que haviam sido abolidas foram restauradas, e políticas repressoras voltaram a ser aplicadas à população.
Podemos encontrar na França, no ano de 1830 as sementes dos movimentos revolucionários de 1848. Com a subida do rei Luís Filipe da França, denominado "rei burguês", havia esperança entre a classe burguesa  que seus interesses seriam devidamente representados, sendo o próprio monarca oriundo daquela classe.
O arranjo proporcionado pelo governo de Luís Filipe era comum em todo continente, onde governos autocráticos, que não abriam espaço para as classes subalternas dominavam o cenário político-social. Além disso, uma colheita sofrível no campo, entre os anos de 1845 e 1846 e uma consequente crise econômica, tanto no setor agrícola quanto industrial, preparou o terreno para que, durante o ano de 1848, revoluções de cunho liberal se espalhassem por toda Europa, sendo o primeiro foco na Sicília, e depois para a Hungria, França, Alemanha e Áustria.
A ideologia predominante, e que de certo modo unia todos os movimentos era a de um socialismo utópico (tanto que naquele mesmo ano temos a concepção do famoso "manifesto comunista" de Karl Marx  e Friedrich Engels). Até mesmo em terras brasileiras os ecos das perturbações que assolavam a Europa se fazem sentir, com a Revolução praieira, ocorrida na província de Pernambuco, em 1848.
Nos diversos países europeus, a Primavera dos Povos desenvolveu-se da seguinte maneira:


  • HUNGRIA:Na Hungria, como na Itália, as ideias de afirmação e independência nacional acabavam por se igualar e até mesmo superar as preocupações de ordem mais prática. Ocorrem rebeliões no início do ano, e o governo que surge das eleições faz do país um território virtualmente livre do jugo austríaco. A Áustria invade o país, o governo eleito demite-se e a repressão que se segue é duríssima, terminando com as revoltas.
  • ITÁLIA:Na Itália havia o projeto central de unificação do país, que ocorreria somente em 1861 e que eclipsou tais preocupações sócio-econômicas. A ordem acabou por ser restabelecida pelas diversas potências que dominavam as diversas regiões do território italiano à época, nomeadamente França e Áustria.
  • ÁUSTRIA:Na Áustria, setores da aristocracia rebelaram-se contra a monarquia. Várias revoltas ocorrem, com destaque para a ocorrida em Praga. Em novembro de 1848, o imperador abdica, porém, tal situação será revertida em 1852, com a restauração do regime.
  • ALEMANHA:Na Alemanha, havia como na Itália, a questão da reunificação. Área em plena fase de industrialização, as revoltas operárias e camponesas proliferam-se. Chegou-se a elaborar uma nova constituição, mas esta termina por ser rejeitada pelo rei, e a situação termina com poucos progressos em relação à realidade anterior.  

  • FRANÇA:a França, o rei Luís Filipe abdica em 1848. A república é proclamada, porém, a instabilidade irá continuar até cerca de 1851, quando, através de um golpe palaciano, Carlos Luís Napoleão Bonaparte proclama o Segundo Império Francês, com o título de Napoleão III.Na maior parte, as revoltas em toda Europa foram controladas, e as mudanças sociais que os movimentos revolucionários tanto ansiavam acabaram sufocadas pela emergente Segunda Revolução Industrial e por uma tênue calmaria econômica, que seria acompanhada de uma calmaria política. Os regimes autocráticos teriam sobrevida até o início da Primeira Guerra Mundial, onde a ordem estabelecida em Viena seria finalmente implodida.